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Saúde | Verdades e Mitos sobre Alimentação

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 Mitos e Verdades em Nutrição

Dieta saudável é um dos temas mais discutidos atualmente. Talvez seja por isso que vários mitos sobre alimentação acabam surgindo. Muitos deles são tão antigos e enraizados que fica difícil excluí-los.
Mitos e verdades em nutrição

Ter uma alimentação rica em fibras auxilia no emagrecimento?

Verdade: Uma alimentação rica em fibras pode prevenir ou auxiliar em tratamentos para a perda de peso. Alimentos ricos em fibras estimulam a mastigação, que exerce um efeito direto sobre o hipotálamo, produzindo sensação de saciedade, o que diminui a ingestão de outros alimentos. As fibras também auxiliam no funcionamento intestinal e podem interferir no tempo de absorção de nutrientes, especialmente gorduras e açúcares.

Manga com leite faz mal?

MangasMito: Esta questão é histórica: na época da escravidão os senhores de engenho, preocupados em diminuir o consumo de leite por parte dos escravos (quanto menor o consumo maior a sobra para comercialização) e conhecedores da grande quantidade de manga que os escravos consumiam devido à fartura dessa fruta, diziam que comer manga e tomar leite poderia até causar a morte. Este foi um artifício utilizado para diminuir o consumo de leite pelos escravos.

Comer abacaxi após as refeições ajuda a emagrecer?

Mito: O abacaxi auxilia no processo digestivo devido à presença da enzima bromelina, mas não auxilia no processo de emagrecimento.

Suco de beterraba acaba com a anemia?

Mito: Uma xícara de beterraba ralada possui apenas 0,8mg de ferro não hemínico (precisa sofrer ativação no organismo para ser aproveitado). Já um bife pequeno tem, em média, 7,5mg de ferro e um bife de fígado tem em média 8,5mg de ferro. Lembrando que o ferro presente nos alimentos de origem animal é mais facilmente aproveitado pelo organismo.

Optar por pão integral ao invés de pão branco ajuda a emagrecer?

Mito: Se for escolher entre o pão integral ou o branco, prefira o integral. Na verdade, ambos têm a mesma quantidade de calorias, ao contrário do que muitos acreditam, mas a vantagem é que o integral apresenta mais fibras e micronutrientes. As fibras contribuem para a saciedade e melhoram o funcionamento do intestino.

O ovo aumenta o colesterol?

OvosMito: O ovo, por conter em sua gema aproximadamente 213mg de colesterol, foi considerado um vilão da dieta e sua recomendação foi limitada durante muito tempo. Hoje, muitos estudos demonstram uma relação inversa entre o consumo de ovo e aumento de colesterol e ainda enfatizam os benefícios que podem trazer à saúde, entre eles memória, capacidade cognitiva e formação de novos neurônios. Estudos científicos comprovam que as doenças cardiovasculares estão mais relacionadas com as complicações hereditárias e maus hábitos alimentares, como ingerir gorduras saturadas, principalmente as trans, do que com os níveis de colesterol dos ovos.

Praticar exercícios em jejum emagrece?

Mito: A queima de calorias depende dos estoques de carboidratos do organismo, que diminuem quando ficamos em jejum. Assim, exercícios em jejum causam diminuição da massa muscular e não de gordura, além do risco de hipoglicemia e hipotensão durante o exercício.
Nunca pratique nenhum exercício físico em jejum ou em intervalo maior do que 4 horas entre a última refeição. Um pequeno lanche pode ser um copo de suco acompanhado de duas bolachas de água. Porém, se houver tempo suficiente para a digestão, faça sua alimentação normalmente.

Vinho tinto faz bem ao coração e o vinho branco não?

Verdade: A diferença entre o vinho tinto e o vinho branco é que o tinto é preparado com a casca da uva e o branco não. Os compostos fenólicos são substâncias antioxidantes presentes na casca, por essa razão, somente os vinhos tintos são ricos nesses compostos e, consequentemente, fazem bem ao coração. Os antioxidantes presentes na uva têm o papel de melhorar a função endotelial, induzir a dilatação das artérias e inibir a oxidação do colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade).
Vinhos tintos e brancos também diferem pelo conteúdo de antocianinas - moléculas responsáveis pela pigmentação - e, portanto, ausentes em uvas brancas. Há evidências de que os fenólicos encontrados em uvas e vinhos tintos podem inibir a oxidação in vitro da LDL, assim como é possível seu uso na prevenção de aterosclerose.
É importante salientar que, apesar do vinho tinto ser recomendado para prevenção de doenças cardiovasculares, seu consumo deve ser moderado e feito sob a supervisão e orientação de nutricionista ou médico.

O chocolate pode causar espinhas?

ChocolatesMito: O chocolate não causa acne. O que pode ocasionar a acne é o aumento na produção de sebo causado pela elevação de hormônios sexuais, principalmente na adolescência.
O aumento desses hormônios pode estar ligado a questões emocionais. Muitas vezes acaba-se consumindo uma grande quantidade de chocolate, para tentar amenizar um estado de ansiedade ou de tensão. Além do mais, pesquisas comprovam que o chocolate amargo é rico em flavonoides, que podem auxiliar no combate ao envelhecimento da célula.

Muito café causa gastrite?

Mito: Não há evidência de que o consumo moderado de café, por indivíduos saudáveis, seja prejudicial. Existem, no entanto, alguns subgrupos da população que são mais sensíveis aos efeitos da cafeína e, nestes casos, o consumo do café deve ser evitado.
A azia é o sintoma gastrointestinal mais referenciado após a ingestão de café. Acredita-se que tal efeito poderá ter como base uma irritação direta da mucosa esofágica. Alguns estudos mostram que, comparativamente com a ingestão de água, o café provoca um aumento do refluxo gastroesofágico, estimulando também a secreção ácida estomacal. Não foi demonstrada qualquer associação entre o consumo de café e o desenvolvimento de úlcera péptica, mas verificou-se que pacientes com úlcera duodenal alteraram os seus hábitos de consumo de café devido à ocorrência de sensação de desconforto gástrico. No entanto, linhas de investigação recentes apontam para um efeito benéfico do café relativamente ao desenvolvimento de determinadas doenças, entre elas diabetes tipo II, asma, cirrose alcoólica, Doença de Parkinson e Alzheimer. O consumo moderado de cafeína para um adulto é cerca de 300mg por dia.



Preparamos algumas das dúvidas mais freqüentes sobre alimentação da garotada e, para acabar de vez com elas, pedimos ajuda a alguns dos melhores especialistas no assunto



1. Suco de beterraba acaba com anemia?
Não. Uma xícara de beterraba ralada possui, pasme, apenas 0,8 miligrama de ferro. “A criança anêmica tem que consumir todo santo dia 5 miligramas do mineral para cada quilo de peso, durante três meses”, explica o pediatra Ary Lopes Cardoso, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, de São Paulo. Já um bife pequeno de fígado tem, em média, 8,5 miligramas desse nutriente.

2. Posso colocar todos os dias um bolinho desses comprados prontos na lancheira do meu filho?

Se for sem recheio nem cobertura, vá em frente. “Eles são ótimas fontes de carboidratos”, afirma a nutricionista Priscila Maximino, da Nutrociência, em São Paulo. Mas, se pertencer à categoria dos recheados, a coisa muda de figura. Para obter a consistência cremosa, os recheios são produzidos com gordura hidrogenada, verdadeiro veneno. Em altas quantidades, leva à obesidade e ao aumento do colesterol (sim, criança também pode acumular essa substância nas artérias). Para variar, experimente substituir os bolos por bolachas salgadas ou um sanduíche.

3. Crianças de qualquer idade podem comer frutos do mar?

“De jeito nenhum. Por uma questão de segurança, espere que complete 2 anos”, orienta Priscila Maximino. Os principais riscos são a intoxicação alimentar e as alergias. É bem verdade que cozinhar ou assar esse tipo de alimento diminui o perigo, mas, como seguro morreu de velho, é melhor evitar.

4. Café faz mal para os baixinhos?

A bebida não é das mais indicadas, porque a cafeína pode deixar a criança agitada. “Porém, uma xícara pequena de café puro por dia não faz mal a ninguém”, afirma Ary Lopes, para alívio das mães que não abrem mão do pretinho misturado com o leite. Se você já ouviu dizer que ele prejudica a absorção de cálcio, saiba que não há razão para se preocupar. “A quantidade de cafeína presente em um copo de café com leite é tão pequena que não interfere na retenção do mineral pelo organismo”, esclarece o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, da Universidade São Marcos, em São Paulo.

5. O leite de soja pode substituir o de vaca?

“Sim, se o problema for intolerância à lactose”, explica Renata Cocco, pediatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Se não, o de vaca é melhor, porque tem mais cálcio.” É bom saber, ainda, que um grupo de proteínas do leite de vaca, as caseínas, pode provocar reações como urticária. Por isso, em caso de dúvida, consulte o pediatra. Só ele pode pode recomendar o tipo de leite mais adequado para a sua criança.

6. Meu filho adora peixe cru. Tudo bem?

Acima de 2 anos, tudo bem. “Para não arriscar, só vá a restaurantes impecáveis no que se refere à higiene”, recomenda Ary Lopes. Caso a preferência recaia sobre o salmão — que andou na berlinda como agente da difilobotríase (doença que provoca dor abdominal, náuseas e vômitos) —, cheque se foi previamente congelado a 21 graus e se o estabelecimento tem o certificado sanitário, que garante a procedência e a qualidade do pescado.

7. Alimentos com corantes causam alergia?

A resposta é não para a grande maioria dos baixinhos. Além dos corantes, os espessantes e os conservantes, encontrados nos produtos industrializados, também são mal-afamados. “Mas testes comprovam que apenas 5% dessas substâncias estão relacionadas a crises alérgicas”, revela a pediatra Renata Cocco. “Já os alérgicos ao ácido acetilsalicílico, componente da aspirina, precisam tomar cuidado, porque tendem a apresentar reações aditivos alimentares.”

8. A carne vermelha é essencial para a criança crescer saudável?

“Sim, ela é uma importante fonte de proteínas, gordura, ferro e zinco”, confirma a médica Roseli Sarni, presidente do departamento científico de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Contra anemia, ela é imbatível. Está lotada do chamado ferro-heme, ou ferro orgânico, que é muito mais bem aproveitado pelo corpo do que o mineral presente nos vegetais. Segundo a especialista, a anemia afeta mais de 40% das crianças em idade pré-escolar no Brasil. Por isso a carne vermelha deve ser consumida ao menos três vezes por semana, de preferência acompanhado de uma fonte de vitamina C, como a laranja, para aumentar a absorção do ferro. O frango e o peixe são bons substitutos, mas, fique sabendo, não contêm a mesma concentração do tal ferro-heme.

9. Refrigerante diet e guloseimas adoçadas artificialmente devem ser evitados?

"Não há nenhum componente nesses produtos que seja comprovadamente nocivo à saúde”, afirma a pediatra Renata Cocco. Nenhum estudo concluiu, por exemplo, que aspartame faça mal ao organismo dos pequenos.“Mas, por serem artificiais, recomendamos que esses alimentos sejam consumidos só quando realmente há necessidade", explica a pediatra.

10. Gemada é capaz de dar pique?

Ela foi a queridinha das mães zelosas até alguns anos atrás. Não é mais, até porque nem mesmo os especialistas a recomendam. “O ovo cru pode estar contaminado com salmonela”, adverte a nutricionista infantil Suzy Graff, de São Paulo. “A bactéria pode provocar diarréia, vômito ou até levar à morte.” Infelizmente, ovos de diversas marcas podem estar contaminados por causa de higiene e refrigeração deficientes. Como é quase impossível saber quais têm condições de consumo, o mais seguro é fritá-los ou, melhor ainda, cozinhá-los.



11. É verdade que alimentos crus e duros ajudam a desenvolver a musculatura da boca?
“Sim, eles estimulam a mastigação, fortalecendo os músculos e facilitando a fala”, diz Renata Cocco. Quando introduzir a sopa na dieta do bebê, em vez de bater os ingredientes no liquidificador, experimente passá-los na peneira. Depois que seu filho estiver mais crescido, amasse os alimentos com um garfo para que possam ser mastigados. E, assim que alguns dentes tiverem nascido, ofereça alimentos crus, como a cenoura e a maçã, em pequenos pedaços — esta última dica, aliás, vale para todo o resto da infância e a adolescência.

12. Leite fermentado ajuda a combater a diarréia?
“Sim, os lactobacilos presentes no leite fermentado competem com as bactérias nocivas no organismo, modificando e colonizando a flora intestinal com germes benéficos”, informa o nutrólogo Mauro Fisberg, de São Paulo. Assim, o consumo desse tipo de bebida pode abreviar a duração da diarréia. Se o problema persistir, procure o pediatra.

13. Jantar muito tarde provoca sono agitado?
A chance de isso acontecer é grande, principalmente se a refeição for rica em gordura, que leva mais tempo para ser digerida, e a criança for para a cama logo depois de comer. Durante o sono, o organismo funciona mais lentamente e isso inclui a digestão. O estômago, então, fica mais pesado e chega a incomodar. “Já uma refeição com baixo teor de gordura leva pelo menos duas horas para ser digerida”, afirma Ary Lopes Cardoso. “Após esse período a criança pode se deitar tranqüilamente”, completa o médico.

14. O que a mãe deve observar no rótulo – o índice de gordura ou o de sódio?
Os dois. Não há uma dosagem máxima recomendada por produto — e, se houvesse, ela seria diferente conforme a idade. Mesmo assim é bom ficar de olho nesses ingredientes. A gordura, lembre-se sempre, não pode fornecer mais do que 30% das calorias diárias consumidas pela criança. Não precisa ficar fazendo conta a toda hora: basta usar o bom senso e, se oferecer algo com teor de gordura nas alturas ao seu filho, cuidar para que o restante do cardápio daquele dia seja mais leve. Para o sódio, vale o mesmo raciocínio, lembrando que até 12% da meninada entre 6 e 18 anos é hipertensa — e aí o excesso de sal, já sabe… Vale conversar com o pediatra sobre o assunto, afastar essa hipótese e pedir uma orientação sobre o consumo diário de sal adequado para o seu filho.

15. É melhor comer frutas com ou sem casca?
“O mais indicado é consumi-las com casca, quando possível, porque ela é uma ótima fonte de fibras”, garante Fábio Ancona Lopes, especialista em nutrição infantil da Unifesp. Mas enfatiza: as frutas devem ser muito bem lavadas em água corrente e com a ajuda de uma escovinha, para que fiquem livres de resíduos de agrotóxicos, substâncias extremamente prejudiciais.

16. Os macarrões instantâneos são liberados?
“A massa em si não faz mal nenhum, pois é uma excelente fonte de carboidratos”, afirma a médica Roseli Sarni. O problema está no condimento que dá sabor e faz com que o prato seja um dos preferidos da garotada. “Além de ser um tempero artificial, ele contém grande quantidade de sódio, que leva ao aumento da pressão e à retenção de água.” Em outras palavras, poder pode, mas só de vez em quando.

17. Vale a pena incluir aqueles pós multivitaminados na alimentação dos meus filhos?
“Esses pós devem ser ingeridos como complementos da alimentação só se a criança apresentar déficit de nutrientes ou estiver abaixo do peso.”, diz Mauro Fisberg. Eles são indicados principalmente quando é necessário aumentar o aporte de calorias, vitaminas ou sais minerais no organismo. O ideal é que esse tipo de suplemento seja utilizado sob a orientação de um nutricionista, já que é muito calórico.

18. As informações estampadas nas embalagens se referem às necessidades nutricionais de crianças ou de adultos?
“Em geral elas se referem às necessidades dos adultos, exceto quando os produtos são dirigidos ao público infantil”, esclarece Fábio Ancona Lopes. “O importante é saber que cada idade requer tipos e quantidades específicos de nutrientes”, completa. E as recomendações mais indicadas para cada faixa só o especialista pode fazer. Moral da história: vale olhar o rótulo? Até vale, mas apenas para ter uma leve referência quando o consumidor é uma criança.

19. Sopas prontas substituem uma refeição?
“De jeito nenhum. A quantidade de fibras e nutrientes presente nesses produtos é muito pequena”, diz categoricamente a nutricionista Priscila Maximino. Sem falar no alto teor de sódio. Se numa hora de aperto você precisar recorrer à praticidade desse tipo de refeição, trate de complementá-la com uma porção de carne, outra de legumes e uma fruta. Lembre-se: nada como a velha e boa sopa caseira, preparada com ingredientes fresquinhos.

20. Quantas vezes por semana doces e refrigerantes podem entrar no cardápio?
Depende. “Se a criança estiver acima do peso, ofereça duas porções de desses itens por semana”, recomenda a nutricionista Priscila Maximino. Mas, se ela não vive em pé de guerra com a balança, três porções semanais estão de bom tamanho. “Esses alimentos devem ser oferecidos com muito mais parcimônia em caso de colesterol ou triglicérides altos ou mesmo hipertensão”, completa.

Fonte: http://www.einstein.br/

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